A estrutura protéica adquire sua função em meio
celular específico. Condições diferentes daquelas presentes no interior da
célula podem resultar em variáveis alterações na estrutura das proteínas. Uma
perda da estrutura tridimensional suficiente para causar perda de função recebe
o nome de desnaturação. O estado
desnaturado não necessariamente corresponde à um desenovelamento completo da
estrutura protéica e a uma randomização de conformação. Sob a maioria das
condições, as proteínas desnaturadas se encontram em um conjunto de estados
parcialmente enovelados pouco elucidados.
A maioria das proteínas pode ser desnaturada pelo
calor, que afeta as interações fracas em uma proteína (especialmente entre as
ligações de hidrogênio) de forma complexa. Quando a temperatura se eleva
lentamente, uma conformação protéica geralmente permanece intacta até que haja
uma perda abrupta de estrutura em uma faixa estrita de temperaturas. Essa
alteração repentina indica que o desenovelamento é um processo cooperativo: a
perda da estrutura em uma parte da proteína desestabiliza outras partes.
A desnaturação protéica se dá não
só pelo calor, mas também por extremos de pH, por alguns solventes orgânicos miscíveis com a água (álcool e acetona, por exemplo), por certos solutos como uréia e cloridrato de guanidínio
ou por detergentes. Cada um desses agentes desnaturantes representa um tratamento
relativamente brando no sentido de que nenhuma ligação covalente na cadeia polipepitídica é rompida. Os
solventes orgânicos (uréia e detergente) agem principalmente de modo a promover
o rompimento de interações hidrofóbicas que estabilizam as proteínas
globulares; os extremos de pH alteram a carga líquida da proteína, provocando a
repulsão eletrostática e rompimento de algumas ligações de hidrogênio.
Técnicas de Desnaturação de Proteínas
Uma proteína pode ser desnaturada por ação de alguns fatores
externos, como, por exemplo, o calor, um meio altamente ácido ou a influência
de um metal pesado. Para todos os procedimentos descritos abaixo, pode-se
utilizar como solução de proteína a clara do ovo diluída em água.
Precipitação por ação do calor
Em um tubo de ensaio colocar 2 mL de solução de
proteína e aquecer diretamente na chama se agitar. Observar a formação de
coágulo brando de proteína desnaturada.
Explicação: O calor desnatura (precipita) as
proteínas, transformando-as em proteínas que são insolúveis por modificação na sua
estrutura.
Precipitação por ação de ácidos
Reação de Heller
Em um tubo de ensaio colocar 1mL de HNO3 concentrado e cuidadosamente
pelas paredes do tubo 1mL de solução de proteína, tendo o cuidado para as soluções não se misturarem. Na junção da camada dos dois líquidos se forma um
anel branco de albumina precipitada. Outros ácidos fortescomo o HCl e H 2SO 4 também
dão testes positivos com a albumina. Repetir técnica utilizando
o ácido clorídrico, e anotar
diferenças.
Explicação: Os ácidos fortes desnaturam
(precipitam) as proteínas, transformando-as em meta proteínas que são solúveis.
Precipitação por sais de metais pesados
Em 3 tubos de ensaio colocar respectivamente 2mL de
solução de proteína: no tubo 1 colocar 5 gotas de solução de HgCl2 a
0,5%, no tubo 2 colocar 5 gotas de solução de AgNO3 a 0,5% e no
tubo 3 colocar 5 gotas de solução de CuSO4 a 0,5%. Em todos os
tubos forma-se um precipitado branco
Explicação: Em pH situado do lado
alcalino do seu ponto isoelétrico, algumas proteínas combinam-se com cátions de
metais pesados formando proteinatos insolúveis. Os sais de metais pesados
reagem com seu cátion com o ânion da proteína (COO-) formando
proteinatos, no caso de mercúrio de prata e de cobre, estes proteinatos são
insolúveis e por isso precipitam.
Precipitação por ação de solventes
orgânicos
Em um tubo de ensaio colocar 1mL de solução de
proteínas e álcool etílico (1 a 3 volumes) até a formação de precipitado de
proteínas.
Explicação: A adição de solventes orgânicos
como o etanol, éter dietílico e acetona, quando adicionado às soluções aquosas
de proteínas, podem levar à precipitação das mesmas.
Precipitação por reação com agentes
alcalóides
Em um tubo de ensaio colocar 1ml de solução
albumina de ovo e adicionar 1mL de ácido tricloroacético a 10% (TCA).
Observar a formação de um precipitado branco de proteínas desnaturadas.
Explicação: A adição de ácidos orgânicos
favorece a precipitação de uma proteína quando em meio aquoso.
Referências:
ATKINS, Peter; JONES, Loreta; Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
Ilustração: http://foodslashscience.blogspot.com.br/2010/11/cooking-meat-thermodynamics-and.html
ATKINS, Peter; JONES, Loreta; Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, Porto Alegre: Bookman, 2001.
MAHAN, Bruce M.; MYERS, Rollie J.; Química: um curso universitário, Ed. Edgard Blucher LTDA, São Paulo/SP – 2002.
Ilustração: http://foodslashscience.blogspot.com.br/2010/11/cooking-meat-thermodynamics-and.html
http://www.educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/desnaturacao-proteinas.htm
http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_proteinas/introducao_proteinas_quatro.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desnaturação
http://www.cienciaviva.pt/docs/cozinha12.pdf
Lehninger Princípios da Bioquímica – David L. Nelson, Michel M. Cox. 3 edição, 2002.
Arquivado em: Bioquímicahttp://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/introducao_proteinas/introducao_proteinas_quatro.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desnaturação
http://www.cienciaviva.pt/docs/cozinha12.pdf
Lehninger Princípios da Bioquímica – David L. Nelson, Michel M. Cox. 3 edição, 2002.
Postagem da Aluna Kátia Oliveira
Muito bem explicado!
ResponderExcluirParabens, muito bom!
ResponderExcluirmuito bom o artigo, parabéns!
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